2012

2012 0 ANO DO GOVERNO DE DEUS

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Reforma ou Reavivamento?Parte II


A que ponto pode chegar um povo sem a bússola que lhes aponta o norte! Por essa razão havia uma enorme impiedade no meio do povo. (Como conduzir um povo sem os principios da palavra?).
1. Para que haja verdadeira Reforma a Palavra tem que ser redescoberta
Mas o Livro da Lei foi descoberto "casualmente" pelo sacerdote Hilquias. Esta foi a missão do sacerdote Hilquias: Então disse o sumo sacerdote Hilquias ao escrivão Safã: Achei o Livro da Lei na casa do Senhor. Hilquias entregou o livro a Safã, e este o leu (2 Rs 22.8).
O Livro da Lei estava perdido dentro do próprio templo. Isso me faz lembrar da velha senhora que não lia a Bíblia porque havia perdido os óculos, quando estes haviam sido deixados dentro da própria Bíblia. Muitos ignoram a Escritura, quando ela está bem próxima deles, à disposição deles nos lugares onde vivem e adoram.
Os chamados "crentes", se é que são de Deus, têm que redescobrir o valor da Palavra de Deus. Para haver uma reforma genuína, é condição indispensável que haja uma redescoberta do valor da Santa Escritura.
2. Para que haja verdadeira Reforma a Palavra tem que ser devidamente interpretada
Esta foi a missão da profetiza Hulda: Ide, consultai o Senhor por mim, pelo povo e por todo o Judá, acerca das palavras deste livro que se achou; porque grande é o furor do Senhor, que se acendeu contra nós, porquanto nossos pais não deram ouvidos às palavras deste livro, para fazerem segundo tudo quanto de nós está escrito (2 Rs 22.13).
Percebam que o rei Josias queria saber o significado correto daquilo que o Senhor havia escrito no Livro da Lei. Por essa razão, os homens do rei foram enviados para a profetiza, para que ela lhes dissesse o significado das palavras do Livro da Lei. A palavra da profetiza ali era considerada cheia de autoridade, e ela sabia o sentido que o Senhor queria dar às palavras. Não é importante somente ler a Escritura, mas também entender o seu significado.
A situação da igreja hoje não é muito diferente da situação dos tempos do rei Josias. É verdade que a Bíblia não está escondida literalmente do mesmo modo como ficou no tempo de Josias, mas o seu real sentido e sua real mensagem estão escondidos de muitos crentes hoje. As pessoas têm a Bíblia à sua disposição, mas não conhecem o conteúdo real, nem possuem a hermenêutica correta para a sua devida interpretação. A reforma de uma igreja implica na redescoberta da Palavra de Deus. A conditio sine qua non para que a igreja cresça é o conhecimento correto da verdade de Deus. Os crentes, em geral, precisam redescobrir a verdade de Deus. Este é um desafio que todos nós precisamos aceitar.
Todos hoje usam a Escritura para defender os seus pressupostos. O grande problema, contudo, não é a citação da Escritura, mas o modo como a abordamos. A tarefa hermenêutica da igreja é algo supremamente determinante para o correto entendimento da verdade de Deus.
3. Para que haja verdadeira Reforma a Palavra tem que ser urgentemente proclamada
Esta era também a tarefa da Profetisa Hulda:
Ela (Hulda) lhes disse: Assim diz o Senhor, o Deus de Israel: Dizei ao homem que vos enviou a mim: Assim diz o Senhor: Eis que trarei males sobre este lugar, e sobre os seus moradores, a saber, todas as palavras do livro que leu o rei de Judá. Visto que me deixaram, e queimaram incenso a outros deuses, para me provocarem à ira com todas as obras das suas mãos, o meu furor se acendeu contra este lugar, e não se apagará (2 Rs 22.15-17).
A distância da Palavra de Deus faz com que um povo se afaste de Deus. Não é possível ter uma ética sadia sem que se conheça a Palavra do Senhor que dita as normas de comportamento. Por essa ausência da Palavra o povo estava prestes a receber o castigo de Deus. A mensageira de Deus não teve nenhum constrangimento em trazer a verdade da Palavra aos seus contemporâneos. Era uma mensagem dura, mas eles precisavam ouvir o que Deus lhes tinha a dizer. A reforma proposta pela Palavra de Deus tem que ser urgentemente proclamada por aqueles a quem Deus chama para serem ministros da sua Palavra.
A missão de trazer de volta a Palavra de Deus ao povo está na responsabilidade dos verdadeiros ministros da Palavra, aqueles que lidam hoje com o ensino e com a pregação, que são os profetas de Deus. Se os ministros negligenciarem o ensino e a pregação fiel daquilo que o Senhor diz, jamais a igreja será Reformada.
4. Para que haja verdadeira Reforma tem que haver arrependimento de pecados
Esta foi a tarefa de Josias:
Porquanto o teu coração se enterneceu, e te humilhaste perante o Senhor, quando ouviste o que falei contra este lugar, e contra os seus moradores, que seriam para assolação e para maldição, e rasgaste as tuas vestes, e choraste perante mim, também eu te ouvi, diz o Senhor (2 Rs 22.19).
Josias foi o primeiro a arrepender-se de seu pecado de ignorância da verdade de Deus. O verso 19 foi dito ao rei Josias, e o que aconteceu a ele, veio a acontecer ao seu povo. Foi um arrependimento produto da obra do Espírito de Deus no rei e no seus súditos. (caro lider em nome de Jesus chore agora e se arrependa e volte pra Deus, tudo pode ser mudado pelo arrependimento).
Essas coisas não devem ser diferentes hoje. A igreja de Deus tem que voltar-se para ele, tem que chorar o seu pecado de ignorância da Santa Escritura. Somente quando houver verdadeiro arrependimento é que a Reforma terá sido eficazmente processada.
Não há crescimento quantitativo nem qualitativo da igreja sem que haja a redescoberta da verdade de Deus, sem que haja a interpretação correta da Palavra de Deus, sem que haja a proclamação fiel dela e o conseqüente genuíno arrependimento de pecados, como produto das três primeiras proposições.
O crescimento genuíno da igreja está vinculado a estas reformas que a Palavra de Deus traz. É tolice pensar em crescimento da igreja sem que a base ou o fundamento estabelecido pelos apóstolos e profetas seja devidamente redescobertointerpretadoproclamado e crido. Sem estas coisas há o inchaço, não o genuíno crescimento da igreja.
O segundo grande acontecimento da vida do povo de Deus adveio da reforma da teologia:
B. A Reforma da Teologia conduz à Reforma da verdadeira adoração
Uma teologia sadia leva à prática sadia. Nos tempos de Josias o culto estava deturpado por causa de uma teologia destituída da verdade da Palavra de Deus. Este é o resultado natural mesmo nos dias de hoje. Quando se abandona o ensino da Escritura, quebram-se os padrões de comportamento de um povo, inclusive os elementos constituintes da verdadeira adoração.
Depois da descoberta, da interpretação correta e da proclamação da Palavra de Deus, e o conseqüente arrependimento da liderança do povo, houve algumas alterações muito preciosas no culto que o povo passou a prestar a Deus:
A primeira atitude tomada pelo rei Josias foi convocar todo o povo para que subisse à casa de Deus, para ouvir a leitura do livro da Palavra de Deus que fora encontrado por Hilquias (2 Rs 23.2). Após ouvirem a leitura, o rei e todo povo se dispuseram a seguir a Palavra do Senhor de todo o coração e de toda a alma. A beleza dessa atitude, é que o povo se dispôs a obedecer a todas as palavras, e não somente aos textos que combinavam com o que eles pensavam (2 Rs 23.4).
O resultado principal dessa disposição de obediência, após ouvirem a leitura e a interpretação correta da Palavra, foi a reforma do culto. O culto é essencial para a vida da igreja. Não pensem os caros leitores que o culto é de somenos importância. É no culto que ensinamos e aprendemos. Nos hinos e nos coros é que somos mais indelevelmente marcados doutrinariamente. Portanto, o culto tem uma importância fundamental para a nossa fé. Nesse caso, podemos afirmar categoricamente que, em razão de muitas coisas que estamos percebendo nas reuniões de nossas igrejas, a reforma do culto é extremamente necessária para a vida sadia da igreja cristã.
Para que haja a restauração da verdadeira adoração à luz da verdade bíblica, algumas providências têm que ser tomadas:
1. A eliminação do que é errado do culto
Estas atitudes do rei foram muito duras, mas extremamente necessárias. Provera a Deus que as autoridades eclesiásticas tivessem a mesma santa energia para tomar as providências necessárias para sanar os males existentes na presente adoração cristã, para o benefício do povo de Deus, e para a honra dele.
·  ·  1a. A eliminação dos sacerdotes que ministravam no culto pagão (2 Rs 23.5)
Está evidente do texto sagrado que a atitude extrema do rei Josias com relação aos sacerdotes idólatras, isto é, a sua eliminação do meio do povo de Deus (2 Rs 23.20), não está em consonância com o espírito do tempo presente, mas ao menos podemos dizer que temos que reagir fortemente aos homens que tentam implantar algo que não combina com o que Deus prescreve na Sua Palavra com respeito ao culto. Não se pode ficar passivo quando está em jogo o verdadeiro culto a Deus.
O que Josias fez com relação aos sacerdotes que não cultuavam verdadeiramente a Deus é algo que as autoridades eclesiásticas deveriam fazer. Os ministros infiéis no serviço do culto deveriam ser destituídos de sua função por não obedecerem os padrões gerais devidamente estabelecidos pela Escritura. Há muitos ministros que fazem o que bem entendem e ninguém lhes põe a mão. Andam à vontade, gesticulam como lhes agrada e agem como agrada ao povo. A falta não é somente dos que erroneamente inovam no serviço divino, mas também daqueles que fazem vista grossa ou que não possuem a devida coerência e noção de disciplina cristãs para destituírem esses ministros de suas funções.
·  ·  1b. A eliminação dos objetos e utensílios usados no culto pagão (2 Rs 23.4,6,7)
Tudo o que é estranho ao culto do Senhor deve ser eliminado dos lugares de verdadeira adoração. Deus deveria ser adorado com os instrumentos prescritos por Ele próprio. Era assim a regra para os cultos prescritos na Escritura do VT. Todos os objetos que eram estranhos ao culto divino, por pertencerem aos cultos de deuses estranhos, deviam ser terminantemente abolidos do templo e das atividades cúlticas.
Hoje, nos tempos da adoração cristã, devemos ter o mesmo cuidado e o mesmo zelo. Não existe a idolatria nos mesmos moldes daquela época, mas há coisas que se evidenciam bastante estranhas ao culto de nosso Deus e do Salvador Jesus Cristo. Não me refiro simplesmente a objetos como os mencionados no texto analisado, embora os leitores já tenham ouvido de lenços ou copos de água serem ungidos, ou ainda óleo trazido de Israel servindo de amuleto para a cura de muita gente, ou ainda vinho de Israel, e coisas que tais. Com relação ao culto, então, há a introdução de elementos estranhos que são uma imitação clara daquilo que é usado para as mais loucas manifestações musicais de que se tem notícia em todas as épocas, músicas essas que servem não só para o entretenimento, mas também para manifestações cúlticas ligadas ao maligno. Certamente há algumas coisas que precisam ser revistas em nossa adoração hoje. O problema não é de simples inovação, mas também é de desprezo ao que é antigo, um desprezo à história, ao que nossos ancestrais na fé nos legaram, que podem perfeitamente ser preservados. Da mesma forma que no tempo de Josias os sacerdotes se esqueceram das prescrições antigas, assim os de hoje se esquecem, também.
·  ·  1c. A eliminação dos altares que eram usados para o culto pagão (2Rs 23.8-15)
Josias também aboliu as cerimônias pagãs que campeavam em todo o seu reino. Num tempo assim, as reformas tinham que ser drásticas. Não havia meio de se suportar elementos dos cultos pagãos misturados com o santo culto divino.
As reformas propostas por Josias foram radicais e, conseqüentemente, benéficas para todo o povo. Antes de reimplantar o que era santo, Josias teve que eliminar o que era impuro. Esta era uma atitude óbvia. Não há modo de se implantar o certo sem retirar o errado.
É assim que a igreja de Cristo tem que proceder. Não podemos mais tolerar aqueles que querem permanecer no nosso meio alterando aquilo que é certo pelo errado, e ainda colocando-nos na posição de errados, como se estivéssemos na qualidade de "coisas antigas", coisas ultrapassadas. Antigüidade não é sinônimo de obsolescência. Se assim fosse, o que haveríamos de fazer com o evangelho? Se o problema é a importação de cultura estrangeira a americanização ou a europeização em nosso culto, temos de abandonar a cultura judaico-cristã, que tanto influenciou a nossa maneira de pensar e de cultuar a Deus. O que é estranho ao culto cristão tem que ser tirado, não as influências benéficas que recebemos de outros povos que nos trouxeram o santo evangelho.
2. A restauração do que é certo no culto divino
Na reforma do culto, não houve a necessidade de inovação, mas da restauração daquilo que era antigo e verdadeiro. Essas coisas precisavam ser trazidas de volta. Eles haviam se esquecido das santas prescrições, das ordenanças antigas da Palavra de Deus. Josias ordenou a volta da celebração cerimoniosa da Páscoa, o ritual que lhes lembrava a redenção! (2 Rs 23.21-22) Aquele momento de culto foi o mais significativo de todas as celebrações desde os dias dos juizes de Israel. Eles celebraram a páscoa do Senhor conforme estava prescrito no livro do Pacto, que provavelmente era o Pentateuco. As celebrações cúlticas devem sempre ser de acordo com as regras de Deus: há preceitos gerais estabelecidos, há regras a serem obedecidas. E elas são bem antigas. Tudo deveria ser feito com ordem e decência, para que o Senhor fosse honrado pela maneira dos homens Lhe cultuarem. Será que hoje tem que ser diferente?
Uma reforma, contudo, tem que ser acompanhada de um verdadeiro espírito de amor a Deus e de serviço cristão. A Reforma do séc. XVI não foi uma mera purificação teológica ou litúrgica, mas ela foi acompanhada e seguida de um doce espírito de amor a Jesus Cristo, o Salvador, e um grande amor pelos pecadores ignorantes. Milhares de milhares foram trazidos a Cristo naquela época. O Santo Espírito varreu aquelas regiões onde a Reforma chegou. Sem dúvida, foi um tempo de grande reavivamento espiritual.
Um período de reavivamento costumeiramente é precedido de um período de reforma. Um reavivamento sem reforma pode trazer distúrbios teológicos muito grandes, assim como uma reforma sem reavivamento pode ser comparado ao que aconteceu à igreja de Éfeso, que possuía solidez doutrinária, mas sem o primeiro amor (Ap 2.2-4).
A Escritura inspirada tem exemplos dessa natureza. Um deles é o acontecido nos tempos do rei Asa. A reforma que veio ao povo de Israel nos tempos do rei Asa durou algum tempo antes do reavivamento começar. Primeiro Asa fez as reformas religiosas instando o povo a buscar a Palavra do Senhor (2 Cr 14.4), fazendo também a reforma do culto (como no tempo de Josias), que constou da derrubada dos altares (2 Cr 14.3, 5). Após essa reforma que trouxe prosperidade ao povo (2 Cr 14.6-7) e vitória sobre as outras nações inimigas (2 Cr 14.9-15), começou o despertamento espiritual do povo, a começar do rei.
Este orou humildemente ao Senhor confessando a impotência deles e o poder ilimitado de Deus (2 Cr 14.11). A reforma pode começar com o apego à Lei de Deus, que leva aos atos de retidão, mas o reavivamento começa no coração das pessoas com o senso de sua própria impotência e o conseqüente reconhecimento do poder de Deus. Por isso é dito que Asa "clamou ao Senhor". Estas não são palavras jogadas ao vento. Elas expressam o grito inquieto de um coração anelante de Deus e reconhecimento que de Deus vêm todas as coisas, e que a Ele deve ser dada a glória de todas as coisas. O reavivamento do tempo de Asa também foi vinculado à Palavra de Deus que veio ao povo. Isto aconteceu através do profeta Azarias (2 Cr 15.1). Após a palavra profética de Deus, houve grande alegria no meio do povo, porque eles aprenderam que Deus manda reavivamento não somente quando o povo está abatido, mas também quando o povo está cheio de vitórias e de coragem (2 Cr 15.1-19).
II. A Necessidade de Reavivamento para o Crescimento da Igreja
A palavra "Reavivamento" soa mais docemente aos ouvidos dos crentes hoje por causa dos santos anelos de vigor espiritual que muitos crentes realmente possuem, mas infelizmente, esse termo tem sido usado impropriamente por alguns advogados aficionados ao movimento do crescimento da igreja. Precisamos desesperadamente de um reavivamento genuíno, e é por isto que verdadeiramente oramos. Sem ele, a igreja do tempo presente, sob muitas pressões teológicas e litúrgicas estranhas de todos os lados, está destinada ao amargamento ou ao conservadorismo árido, do qual todos nós queremos ficar longe.
Definição de Reavivamento
Uma definição de reavivamento pode ter várias conotações, dependendo do ângulo abordado. Uma reavivamento tem tantas facetas maravilhosas, que poucos podem defini-lo exaustivamente.
O historiador da igreja James Buchanan disse que "reavivamento é a comunicação da vida àqueles que estão mortos, e a comunicação da saúde àqueles que estão moribundos."(5) Esta é uma idéia absolutamente correta, mas reavivamento vai muito mais além disso.
Alguns têm confundido reavivamento com campanhas evangelísticas ou com conferências missionárias. Essas coisas são organizadas pelos homens e Deus pode abençoá-las ou não. Um reavivamento também não é um movimento onde muitas pessoas se encontram para um entretenimento religioso, para que multidões fiquem delirantes com as músicas cantadas e loucamente executadas pela parafernália instrumental muito comum hodiernamente, levantando as mãos como sinônimo de adoração verdadeira. Estas coisas atingem somente um grupo de interessados e amantes das coisas que são apresentadas. Diferentemente de tudo isso, reavivamento é algo provocado pelo Santo Espírito, não o produto daquilo que os homens fazem. Reavivamento é uma onda do Espírito que varre sem que alguém tenha domínio sobre o que Ele faz.

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